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Bia Ferreira faz história, vence Mira Potkonen e vai à disputa do ouro no boxe em Tóquio

Campeã mundial peso leve faz luta movimentada com finlandesa, mas impõe melhor qualidade e se classifica à primeira final olímpica do boxe feminino brasileiro

Pela primeira vez na história, o Brasil tem uma mulher numa final do boxe olímpico. A campeã mundial do peso leve (até 60kg), Beatriz Ferreira, se classificou à final da categoria na madrugada desta quinta-feira, ao derrotar a finlandesa Mira Potkonen por decisão unânime (5:0) dos juízes na semifinal das Olimpíadas de Tóquio 2020.

Até então, o melhor resultado de uma mulher brasileira no boxe havia sido a medalha de bronze de Adriana Araújo em Londres 2012, primeira Olimpíada com disputa feminina no ringue. Com a prata garantida, Bia já supera o feito da amiga, de quem foi sparring na Rio 2016. Na final, ela disputará o ouro contra a irlandesa Kellie Anne Harrington, que venceu Sudaporn Seesondee por decisão dividida.
Potkonen foi para cima de Bia desde o início, combinando jabs e diretos e tentando pressionar a brasileira. Mas a baiana não se intimidou, se protegeu e contragolpeou com violência. Seus uppercuts e cruzados conectaram bem. Aos poucos, o ritmo da europeia foi diminuindo e Ferreira foi ganhando espaço. Um duro cruzado de esquerda machucou a finlandesa, mas ela permaneceu de pé. Potkonen voltou a atacar na reta final, inclusive conectando um bom cruzado de direita, mas os juízes pontuaram o primeiro round de forma unânime para a brasileira.

Potkonen atacou com tudo de novo no início do segundo round, se expondo. Bia aproveitou para acertar outra dura mão esquerda. Com Potkonen indo muito para cima, levou um cruzado de esquerda no pé do ouvido e caiu para frente, mas o árbitro marcou apenas como desequilíbrio, sem abrir contagem. Ferreira estava confortável. Aos poucos, foi virando toureira, saindo para a esquerda e conectando com a canhota enquanto a europeia passava direto. Uma direita balançou Potkonen, que caiu mais uma vez de joelhos no fim do assalto. Desta vez, um juiz pontuou o round para a finlandesa, mas Bia já tinha a vitória por decisão dividida praticamente no bolso.
A brasileira entrou no último round buscando maior volume de golpes. Ela entrou em trocação franca com Potkonen, que levava perigo com duros diretos de direita. A finlandesa acertou um bom cruzado de esquerda. Bia voltou a ser mais estratégica na segunda metade, clinchando com a adversária e marcando o rosto repetidamente com o jab. Ela só esperou Potkonen nos segundos finais, de guarda baixa, para contragolpear e garantir a vitória.